terça-feira, 29 de março de 2011

Apresentação:

Este blog é um trabalho solicitado pela professora Vera Cezar, da disciplina literatura e pertence aos alunos do 2° ano ´A´ do colégio Dom Bosco. 
Zelador: Deusiany Miranda

Aqui vamos falar sobre Junqueira Freire, um dos principais poetas do romantismo brasileiro.
Fiquem á vontade para aprender um pouco mais sobre ele!

O grupo é composto por:


Deusiany Miranda
Jackeline Jerico
Sara Carolina
Marianna Amaral
Victor Iago
Daianne Alencar
Priscylla Barros

quinta-feira, 17 de março de 2011

A dor da ausência

Com olhar de uma gueixa
Foi a última coisa que vi
De onde essa sensação veio não sei
Mas pude vê-la partir.

Vestida como uma gueixa
Misteriosa para muitos, menos pra mim.
A conheço milimetricamente, e é perfeita assim.
Ela aqui no meu leito
Chorando por ver-me partir.

Se eu soubesse, meu amor
Não confessaria meus sentimentos por você
Pois se você estivesse feliz,
Feliz eu partiria por você.

Eu não quero partir e lhe deixar
Aqui
Mas a vida traça nossos destinos
Mesmo este sendo infeliz.

Não sei aonde vou,
O momento que partirei
Mas de uma coisa, meu amor, eu sei
Não importa, para sempre lhe amarei.

                                           
                                 
                                                 Sara Carolina

Serias o paraíso

Serias o paraíso  
Te ter perto de mim
Te ter no meu coração
Morar em teus pensamentos                                  
Pois tu, bela moça
Fulguras em meus devaneios
Estás sempre presente
Presente em mim
Pena que tu não me conheces
Afinal, serias o paraíso
Te ter perto de mim...

                                     Daianne Alencar

quarta-feira, 16 de março de 2011

Morte


              Hora de Delírio 
 
Pensamento gentil de paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és o termo
De dois fantasmas que a existência formam,
– Dessa alma vã e desse corpo enfermo.


Pensamento gentil de paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és o nada,
Tu és a ausência das moções da vida,
Do prazer que nos custa a dor passada.


Pensamento gentil de paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és apenas
A visão mais real das que nos cercam,
Que nos extingues as visões terrenas.


Nunca temi tua destra,
Não sou o vulgo profano:
Nunca pensei que teu braço
Brande um punhal sobre-humano.


Nunca julguei-te em meus sonhos
Um esqueleto mirrado:
Nunca dei-te, pra voares,
Terrível ginete alado.


Nunca te dei uma foice
Dura, fina e recurvada;
Nunca chamei-te inimiga,
Ímpia, cruel, ou culpada.


Amei-te sempre: – e pertencer-te quero
Para sempre também, amiga morte.
Quero o chão, quero a terra, – esse elemento,
Que não se sente dos vaivéns da sorte.


Para tua hecatombe de um segundo
Não falta alguém? – Preenche-a tu comigo.
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.


Miríadas de vermes lá me esperam
Para nascer de meu fermento ainda.
Para nutrir-me de meu suco impuro,
Talvez me espera uma plantinha linda.


Vermes que sobre podridões refervem,
Plantinha que a raiz meus ossos ferra,
Em vós minha alma e sentimento e corpo
Irão em partes agregar-se à terra.


E depois nada mais. Já não há tempo,
Nem vida, nem sentir, nem dor, nem gosto.
Agora o nada, – esse real tão belo
Só nas terrenas vísceras deposto.


Facho que a morte ao lumiar apaga,
Foi essa alma fatal que nos aterra.
Consciência, razão, que nos afligem,
Deram em nada ao baquear em terra.


Única idéia mais real dos homens,
Morte feliz, – eu quero-te comigo.
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.


Também desta vida à campa
Não transporto uma saudade.
Cerro meus olhos contente,
Sem um ai de ansiedade. 


E como autômato infante
Que ainda não sabe sentir,
Ao pé da morte querida
Hei de insensato sorrir.


Por minha face sinistra
Meu pranto não correrá.
Em meus olhos moribundos
Terrores ninguém lerá.


Não achei na terra amores
Que merecessem os meus.
Não tenho um ente no mundo
A quem diga o meu – adeus.


Não posso da vida à campa
Transportar uma saudade.
Cerro meus olhos contente
Sem um ai de ansiedade.


Por isso, ó morte, eu amo-te, e não temo:
Por isso, ó morte, eu quero-te comigo.
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.

                                            
                                         Junqueira Freire

 

 

 

Temor



Ao gozo, ao gozo, amiga. O chão que pisas
A cada instante te oferece a cova.
Pisemos devagar. Olhe que a terra
Não sinta o nosso peso.


Deitemo-nos aqui. Abre-me os braços.
Escondamo-nos um no seio do outro.
Não há de assim nos avistar a morte,
Ou morreremos juntos. 


Não fales muito. Uma palavra basta
Murmurada, em segredo, ao pé do ouvido.
Nada, nada de voz, - nem um suspiro,
Nem um arfar mais forte.


Fala-me só com o revolver dos olhos.
Tenho-me afeito à inteligência deles.
Deixa-me os lábios teus, rubros de encanto.
Somente pra os meus beijos. 


Ao gozo, ao gozo, amiga. O chão que pisas
A cada instante te oferece a cova.
Pisemos devagar. Olha que a terra
Não sinta o nosso peso.


                                  Junqueira Freire

Martírio


Beijar-te a fronte linda
Beijar-te o aspecto altivo
Beijar-te a tez morena
Beijar-te o rir lascivo
 
Beijar o ar que aspiras
Beijar o pó que pisas
Beijar a voz que soltas
Beijar a luz que visas
 
Sentir teus modos frios,
Sentir tua apatia,
Sentir até répúdio,
Sentir essa ironia,
 
Sentir que me resguardas,
Sentir que me arreceias,
Sentir que me repugnas,
Sentir que até me odeias,
 
Eis a descrença e a crença,
Eis o absinto e a flor,
Eis o amor e o ódio,
Eis o prazer e a dor!
 
Eis o estertor de morte,
Eis o martírio eterno,
Eis o ranger dos dentes,
Eis o penar do inferno!

                   Junqueira Freire